Pachecos queridos, este escriba do
automobilismo que vos fala , declara oficialmente inaugurada a sessão ‘’Diários
de um torcedor” , que nada mais é do que uma parte desse blog que relembrará histórias
por mim vividas nos autódromos, kartódromos, e outros lugares onde esse menino
apaixonado por velocidade se aventurou desde 2000, quando pisou pela primeira
vez em uma pista de corrida. (não tenho síndrome do Peter Pan, conheci uma
linda manceba que beijou-me os lábios na balada porque pensou que eu tinha 19
anos, então pareço um menino apesar dos 25 pesados anos nas costas).
A caminhada de volta e
o choro da Largada
Na foto Zé Carioca segura a bandeira de Brasília |
Foi na etapa de 2011 do GP Brasil de Fórmula 1 que conheci dois cabras
de Brasília ,Marcelo e Zé Carioca (mas era brasiliense),os caras já haviam
assistido corrida de Fórmula 1 até em Jacarepaguá (e olha que desde 1989 a F1
não passa pelas bandas do Cristo Redentor).
Marcelo tinha por volta de 37 anos e o Zé aproximadamente 55, fazer amizade
com um pimpão que escreve blog e grava vídeos pro youtube tocando violão, foi
fácil para a dupla do DF, e logo os distintos senhores me mostraram porque vale
tanto a pena todo ano pegar aquela filinha quilométrica só para ver carros com
motor de batedeira com defeito passar.
No primeiro dia do evento os meus novos amigos tomaram cerca de 15
latas de cerveja cada um , no segundo um pouco menos e no derradeiro dia da
prova, tomaram logo 20 latinhas para aguentar o que talvez tenha sido a prova
mais insossa da temporada.
Confesso que na minha vida já vi bêbado fazer de tudo, mas Zé Carioca e Marcelo me mostraram que não
existe limite quando se trata de beber, e muito.
Estava hospedado no apartamento do meu primo Toni, na Vila Olímpia, e
os meus amigos do Lago Paranuá estavam no IBIS HOTEL em frente ao aeroporto
de???(não lembro nunca o nome desses lugares) Mas o fato é que para chegar no
aconchego de nossas moradas, deveríamos começar e terminar a aventura saindo do
tal aeroporto.
No sábado eu perdi o ônibus oficial do evento pois resolvi acompanhar
meus novos amigos até um bar próximo ao palco do glorioso espetáculo
automobilístico .(antes que me perguntem, B.Senna, Kovalainem e outros
ruinzinhos também fazem parte do
espetáculo pois a cada barbeiragem dos ceguetas a torcida vai ao delírio e
acredito que eles estejam lá justamente para isso)
Diante do imprevisto, decidi fazer o percurso de 15Km até o aeroporto,
através do maravilhoso transporte público da capital e meus caros cabras da
peste, fizeram o mesmo trajeto à pé; em 4 horas eu chegava no destino final mas
é a partir do momento em que entro no ônibus que a história se torna interessante.
Logo nos primeiros metros de trânsito parado eu avistei meus amiguinhos
entrando em um bar, o trânsito estava muito lento e pude ver que os
brasilienses compraram duas geladas e seguiram seu caminho sem não antes me
mandar uma banana pela janela.
O trânsito andou mais um pouco e ultrapassei os nômades, mandei um
palavrão pela janela(achei que ia chegar rápido em casa) mas assim que o
trânsito parou novamente próximo a um boteco, percebi que meus amigos se
aproximavam, me viram mas decidiram
entrar no tal boteco e abastecer o tanque com mais um pouquinho de álcool.
Na saída do bar me mandaram mais um gesto bacana e foram embora felizes
,vi os pimpões mais um vez pelo caminho mas o trânsito logo me abençoou e perdi
meus amigos de vista.
No dia seguinte, descobri que
meus colegas levaram um pouco mais de tempo do que eu para retornar ao seus
aposentos, 7 horas, muito bem aproveitadas ao estilo Zeca Pagodinho! Nos
encontramos às 3horas da manhã no portão do Setor G do circuito paulista e
entramos na fila onde uma boa alma sorocabana nos reservou um lugar próximo à
entrada! Algumas horas se passaram e meus amigos cantavam, se abraçavam e
juravam amor por mim e por quase todos que nos acompanharam nessa saga.
Mas a parte mais interessante de tudo isso foi a reação dos bambinos do
Distrito Federal assim que a largada foi dada. Mais de 20 corridas nas costas
dos meninões que já se encontravam alcoolizados e quando olho para Zé Carioca e
Marcelo ambos estão sentados, abraçados e acreditem se quiser,chorando!
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