Não quero parecer repetitivo, um velho chorão, tampouco um saudosista que vive de lembranças de algo que nunca mais será vivido, mas o fato é que assim como eu, quase todos os fãs do automobilismo no Brasil sabem que a desativação de Jacarepaguá não se trata apenas do fim de um autódromo que reserva em suas curvas histórias espetaculares do esporte a motor nacional, trata-se do retrato do automobilismo no Brasil que cada vez mais se apequena a medida que seus gestores cada vez mais amadores e gananciosos por utilizar o automobilismo em benefício próprio levam uma das maiores potências do esporte sobre rodas para o buraco (sim, esses parasitas utilizam federações para lavar dinheiro, desviam verbas entre outras coisas).
Com vidros quebrados autódromo se despede com a honra de receber a maior categoria de Turismo do Brasil
O autódromo de Deodoro pelo que eu me lembre foi prometido pela CBA e COI assim que o Brasil foi eleito para sediar os Jogos Pan americanos (foi a primeira vez que a pista carioca foi mutilada para a construção do velódromo que por algum motivo desconhecido sequer atende os requisitos técnicos para a realização dos Jogos Olímpicos e terá de ser refeito) para que a praça do Rio de Janeiro não acabasse não saiu do papel, aliás nem para o papel foi. Essa falácia de novo autódromo não passou de um golpe político para acalmar os mais inflamados defensores do automobilismo brasileiro.
Acredito que muitos irão utilizar os exemplos da F-Truck, Stock Car e GT Brasil para me desmentir e apontar que estou nadando contra a maré do crescimento do esporte em terras tupiniquim, então antes que me venham com conversa furada deixarei os pontos que mostram a falta de competência da CBA e a falta de relevância dessas nobres categorias para o automobilismo no Brasil.
- Stock Car, Truck e outras categorias desse tipo não são geridas pela CBA (deve ser por isso que dão certo)
- Além disso essas categorias não tem como objetivo a formação de novos pilotos, não ensinam os jovens a correr, apenas abrigam pilotos que já são profissionais e vencedores em outras categorias.(GT Brasil tem mais piloto amador que qualquer kart indoor em fim de semana)
-A quantidade de autódromos e Kartódromos desativados no Brasil tem sido enorme se compararmos ao número de praças construídas no mesmo período.
-A F3 SUDAM, que já foi o maior celeiro de pilotos da América Latina agoniza com grid de apenas 9 carros.(quando conseguem alinhar nove coitados para correr) e a categoria acaba de ser repassada para as mãos da VICAR( mas essa não é a promotora da Stock Car???? É sim meu nobre colega ) para ver se Carlos Col consegue colocar o a categoria nos trilhos já que nossos habilidosos gestores não consguiram.
Deixo por meio desse post meu desabafo (já protesto há mais de 3 anos contra com minha assinatura em mais de 8 pedidos contra a demolição do circuito) e logo abaixo o de mais duas pessoas que considero muito importantes no meio automobiístco, Cacá Bueno e se eu irmão Popó (campeão da F-Chevrolet, não é qualquer Zé da rosca como os desavisados pensam por ai) que confirmam exatamente tudo que já falei acima:
Cacá Bueno, #0 – Red Bull Racing
“Primeiro que eu me sinto como se eu estivesse sendo despejado da minha própria casa, essa é a sensação. Já fiquei bravo, já fiquei frustrado e hoje a irritação passa, e a gente fica triste. Eu fui criado ali na curva do oval, tinha um kartódromo ali que algum político bem incompetente já destruiu. Tudo o que eu tenho hoje, na minha vida pessoal e profissional, foi graças ao automobilismo e eu cresci e nasci para o automobilismo aqui. Eu me lembro de ficar pendurado na grade da Curva Sul assistindo os carros de Stock passarem, Paulo Gomes, Ingo Hoffmann… Então é o sentimento que a maioria dos pilotos de São Paulo tem por Interlagos. E fica a frustração e a falta de compreensão do porquê. É um autódromo que abraçou tantas categorias importantes, que movimenta um turismo grande para a cidade, tem um potencial para realizar inúmeros eventos e que gera empregos fixos e temporários. É o absurdo.”
“Primeiro que eu me sinto como se eu estivesse sendo despejado da minha própria casa, essa é a sensação. Já fiquei bravo, já fiquei frustrado e hoje a irritação passa, e a gente fica triste. Eu fui criado ali na curva do oval, tinha um kartódromo ali que algum político bem incompetente já destruiu. Tudo o que eu tenho hoje, na minha vida pessoal e profissional, foi graças ao automobilismo e eu cresci e nasci para o automobilismo aqui. Eu me lembro de ficar pendurado na grade da Curva Sul assistindo os carros de Stock passarem, Paulo Gomes, Ingo Hoffmann… Então é o sentimento que a maioria dos pilotos de São Paulo tem por Interlagos. E fica a frustração e a falta de compreensão do porquê. É um autódromo que abraçou tantas categorias importantes, que movimenta um turismo grande para a cidade, tem um potencial para realizar inúmeros eventos e que gera empregos fixos e temporários. É o absurdo.”
Popó Bueno, #74 – Linea Sucralose Racing Team“Sempre gostei muito da pista do Rio, foi onde eu e o Cacá começamos, no kartódromo que já não existe mais. A minha vida dentro do automobilismo foi aqui dentro, foi aqui a pista com mais quilometragem, eu treinava quase toda semana aqui. Eu fico muito triste com essa história de esse ser realmente o último ano do autódromo de Jacarepaguá. Mexer aqui é como se mexesse com um pedacinho da minha casa e, assim como os outros pilotos cariocas, eu tenho esse sentimento. O automobilismo é um esporte que gera tantos trabalhos, sustenta tantas famílias, principalmente aqui no Rio… São tantas equipes de nível nacional aqui, as melhores, na verdade. Havia uma promessa de um outro autódromo, mas nem começaram a construir e já estão derrubando esse. Espero que o automobilismo não fique sem a praça do Rio de Janeiro. Fico triste, mas se tiver um outro autódromo, não vai ser a mesma coisa para mim, mas quem sabe não incentiva os cariocas a seguirem no automobilismo.”
É A ÚLTIMA VEZ QUE FALO SOBRE O AUTÓDROMO!!! PROMETO HAHAHA
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